Planejamento empresarial 2018: prepare-se, A Hora é Agora!
Um bom e antecipado planejamento empresarial com o intuito de se preparar para o ano seguinte é essencial para a saúde e o andamento de uma empresa. Mas será que isso acontece na prática? E quando ocorre o planejamento, ele é feito de forma correta?
Já estamos no segundo semestre do ano e, portanto, é hora de analisar o desempenho da sua empresa e realizar o planejamento empresarial para 2018. É importante registrar todos os movimentos para avaliar os resultados obtidos e não esperar dezembro para fazer este planejamento, pois o trabalho é grande.
Quando devo começar meu Planejamento Empresarial?
De acordo com o vice-presidente do Sescap-Ldr, Euclides Nandes Correia, o ideal é que o planejamento empresarial e orçamentário para o ano subsequente seja feito já a partir do mês de setembro. Principalmente porque muitas mudanças ocorreram em 2017 e ainda acontecerão no cenário político, econômico e tributário até o final deste ano.
Por isso, além de olhar para dentro da empresa, é relevante observar e analisar o mercado e planejar o futuro a partir das informações que se tem em mãos.
Leve em conta o que ocorreu em 2017
Este planejamento, conforme explica o presidente do Sescap-Ldr, Jaime Cardozo, precisa levar em conta o atual momento econômico.
“Muitas empresas tiveram que reduzir custos, fazer demissões, porque o faturamento diminuiu substancialmente. Com isso, muitas se endividaram. Algumas conseguiram parcelar suas dívidas e isso precisa ser considerado dentro do planejamento, para que não afete ainda mais as contas dessas empresas”, orienta.
Correia reitera que “as empresas devem continuar fazendo a lição de casa, ou seja, diminuir custos, revisar processos e melhorar o atendimento para aumentar sua lucratividade”.
Cenários para 2018
A perspectiva dos especialistas é de que 2018 seja o ano em que o Brasil voltará a crescer, ainda que sem a compensação do PIB per capita.
A taxa Selic, que estava em 14,25%, hoje está em 8,25% devendo chegar a 7,5% no final deste ano. Isso exigirá que a taxa de juros real também caia e significa possibilidade de crédito mais aberto.
Lembre-se também que a reforma trabalhista mudará as relações com seus colaboradores.
Tenha em mente que o Simples Nacional terá novo formato a partir de 1 de janeiro de 2018 e ampliará o limite de receita para adesão ao regime tributário, alterando o enquadramento de vários setores e disciplinando o pagamento de dívidas por empresas participantes.
E a reforma tributária pode ser aprovada e o País terá, neste caso, taxação maior sobre renda e patrimônio.
Euclides Nandes Correia observa, ainda, que 2018 será um ano atípico, com eleições presidenciais e Copa do Mundo, eventos que influenciarão na rotina e faturamento das empresas.
“O empresário precisa direcionar sua empresa para não navegar sem um norte, pois corre o risco de chegar a um lugar que não seja estratégico. O planejamento envolve olhar o futuro e tangibilizar essas mudanças no presente“.
Quais são os passos para Organização e Planejamento?
Alguns simples passos podem auxiliar na organização e planejamento empresarial para o próximo ano. A começar pela lista de tarefas pendentes, quais estão em andamento e as que precisam de ajustes para fechar o ano.
Outro passo importante é conversar com os colaboradores. Isso possibilita avaliar, sob outras perspectivas, os pontos fracos e fortes da administração, além de interagir com a equipe, obter índices de desempenho e ganhar tempo para redefinir a gestão de pessoas.
Aliás, ouvir colaboradores, clientes e fornecedores deve ser atitude constante, mas pode ser intensificada neste período para avaliar a performance da empresa com base na satisfação de seus públicos e já planejar estratégias de fidelização e engajamento.
Ter o controle diário de todos os processos para avaliar o retorno dos investimentos e acompanhar a performance da empresa permite traçar estratégias para aprimorar resultados, reavaliar o negócio e estabelecer novas metas. É bom evitar transtornos e correrias lá em dezembro e deixar tudo planejado desde já.
Planejamento Tributário
O advogado tributarista Carlos Crespi ressalta que o planejamento tributário também é de extrema importância para o empresário.
“Como a carga tributária tem impacto direto nos resultados de qualquer empresa, o empresário deve, acima de tudo, conhecer os tributos que incidem sobre as suas operações e as eventuais alternativas que a lei coloca à sua disposição. Com isso, poderá avaliar melhor a viabilidade de determinados negócios e, principalmente, tomar decisões que deixem sua atividade mais competitiva e rentável”.
Crespi explica que, no plano federal, por exemplo, a legislação prevê três modalidades distintas de tributação das receitas e do lucro, conhecidas como “lucro real”, “lucro presumido” e “simples”. Com exceção desta última, que se aplica somente aos estabelecimentos de micro e pequeno portes, as demais podem ser adotadas pela maior parte das empresas.
“Saber se determinada modalidade é mais vantajosa que a outra, porém, exige do administrador uma série de cálculos, que só poderão ser feitos se ele tiver a exata compreensão do que a lei manda ou permite. Uma vez que a opção por um desses regimes de tributação será definitiva para todo o exercício, o empresário deve preparar-se com bastante antecedência”.
Dicas para realizar seu Planejamento Empresarial
Previsão de Demanda e Definição de Planejamentos
#1 – Faça uma previsão da demanda: trata-se de uma projeção, ou seja, uma antecipação da demanda tomando diversos fatores como base (como fatores mercadológico, financeiro e econômico, por exemplo). Em uma cadeia de suprimentos essa previsão é tida como essencial para as tomadas de decisões estratégicas e para elaboração do planejamento estratégico, tático e operacional da empresa. A previsão de demanda é também essencial para projetar as vendas.
#2 – Defina o Planejamento Estratégico, Tático e Operacional: é no Planejamento Estratégico, onde definimos as estratégias com foco no longo prazo da empresa. No Planejamento Estratégico a empresa precisa rever sua Missão, Visão e Valores e necessita definir as Metas e Objetivos a serem alcançados pela empresa dentro do horizonte que está sendo projetado. Já no Planejamento Tático são definidos os planos com foco no médio prazo orientado as áreas e departamentos da empresa, sendo o detalhamento com os meios para atingir os objetivos e metas da organização. Por fim, temos o Planejamento Operacional com planos bem mais focados no curto prazo, geralmente elaborados para períodos mais curtos, de 3 a 6 meses, com as definições de métodos, processos e sistemas a serem utilizados para que a organização possa alcançar os objetivos globais.
Acompanhamento Orçamentário e Projeção de Cenários
#3 – Inicie a Gestão Orçamentária: com os planos da empresa em mãos, é hora de transformar o Planejamento Estratégico, Tático e Operacional em números. Desta forma, sua empresa possuirá um plano completo de quanto precisa faturar, quais são os limites de custos e despesas que precisa respeitar, quais investimentos precisa realizar e pode acompanhar os números ao longo do ano, verificando se está caminhando para alcançar sua visão ou se precisa de algum ajuste na operação. Chamamos isto de Acompanhamento e Controle Orçamentário.
#4 – Simule Cenários: Uma prática muito comum nas empresas é a criação de Cenários Orçamentários. Os cenários são ensaios que as empresas realizam simulando diversas possibilidades de mudanças (internas ou externas) para entender os impactos que a empresa poderia sofrer com estas mudanças. Isto possibilita a empresa uma visão mais clara do cenário atual e permite a tomada de decisão mais fundamentada e precisa. É importante destacarmos aqui que a Projeção de Cenários não tenta prever o futuro, mas sim identificar fatores (variáveis) que podem se tornar reais em longo prazo. Desta forma a empresa pode se preparar, criando planos de ações prévios para os cenários mais prováveis.
FONTE: Jornal do Comércio, Saia do Lugar, SescapLdr
1 comentário
Henrique · Outubro 4, 2018 às 2:40 am
Muito interessante. Porém gostaria de fazer um adendo ao artigo. Na minha opinião a gestão documental da empresa é muito importante também. Eu como arquivista sei que a prática de organizar documentos não é muito praticada em algumas partes do Brasil. Porém, a empresa pode evitar multas graves e até problemas jurídicos maiores, se mantiver um arquivo bem gerido. É essencial para o planejamento de todas as empresas. Por exemplo, aqui em são paulo tive a oportunidade de trabalhar junto à uma empresa de digitalização ( http://www.ozoniobrasil.com.br/digitalizacao_de_documentos_sao_paulo_sp.html ) e notei que o que uma deficiência grave principalmente em grandes empresas. Grande abraço aos demais.
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